Catástrofes no Líbano
As imagens das explosões que ocorreram na área portuária de Beirute não saem da minha cabeça. Como se já não bastasse o caos em que o Líbano vive há anos, mais uma nova tragédia marcou a história deste país.
Este
terrível acontecimento me fez refletir sobre a brevidade da vida, o quanto não
temos nenhum controle sobre o tempo e o quanto o ser humano é frágil, finito e
impotente para lidar com determinadas situações. Afinal de contas, o que somos
diante da imensidão do universo e dos inúmeros acontecimentos que vem se
destrinchando ao longo desta pandemia?
Não
consigo parar de pensar no que aquelas pessoas, que morreram ou foram atingidas
pelo impacto das explosões, estavam fazendo momentos antes de tudo acontecer ou
o que planejavam fazer naquele dia? Infelizmente, nunca saberemos, pois, dezenas
de pessoas tiveram suas vidas interrompidas de maneira tão devastadora e milhares
de outras foram gravemente feridas.
Mais uma sequela em um país que já enfrentou duas grandes guerras civis, primeiramente contra Israel e depois contra a Síria. Sequelas
que deixarão marcas para uma vida inteira e, não me refiro
necessariamente a dor física, mas a da alma pela perda de pessoas queridas e
pela desestruturação econômica de um país que já se encontra em uma situação bem difícil. O Líbano está de luto, assim como o mundo inteiro.
O
distrito portuário de Beirute era um dos maiores, senão, o maior porto do
Líbano que recebia importações que abasteciam boa parte da população que se encontra em extrema
situação de pobreza. Contudo, a condição atual tornou-se ainda pior pelo fato
do principal reservatório de armazenamento de grãos do país ter sido totalmente
destruído na explosão.
De
acordo com autoridades locais, o Líbano possui armazenamento de grãos apenas
para um mês, dependendo urgentemente da cooperação internacional de outros
países para contribuir com doações de alimentos. Porém, um representante do
Governo afirmou que o país já está tentando transferir 25.000 toneladas de farinha
que serão transportadas por quatro navios para o porto de Trípoli, o segundo
maior do Líbano.
Uma
lástima pensar que todo este sofrimento poderia ter sido evitado se o Governo Libanês
tivesse tomado providências com relação aos cuidados para com o armazenamento
de produtos altamente inflamáveis, que também eram estocados na área portuária
de Beirute. O descaso do governo local para com esta importante questão,
demonstra a falta de respeito com a população e tamanha irresponsabilidade daqueles
que deveriam prezar pela vida e segurança da nação.
Vidas
foram ceifadas numa velocidade tão rápida que em questão de segundos, deixaram
de existir neste plano e simplesmente viraram poeira cósmica. Entretanto, não foi
justo que uma parcela da população tenha pago com a própria vida em razão da
negligência e desmazelo do Governo Libanês.
E
para aqueles que sobreviveram às explosões, além do sentimento de perda pelas
vidas que se foram, ainda terão que enfrentar outra catástrofe ainda maior: um
grande período de escassez de alimentos, com poucas ou nenhuma perspectiva de
melhoria da economia libanesa. O que estava ruim, ficou ainda pior.
O
país, assim como a fênix, terá que ressurgir das cinzas.
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