Amigos da inclusão

 


Hoje é o dia da tolerância e nada melhor do que falar sobre Clare Towell, uma cidadã britânica que desenvolveu brinquedos com determinadas deficiências físicas para que crianças portadoras destas doenças pudessem se sentir representadas e incluídas em uma sociedade que preza pela perfeição.

Tudo começou quando ela quis comprar uma boneca que tivesse um aparelho auditivo, em razão de sua filha Matilda, de apenas quatro anos de idade, ter certa perda auditiva. Infelizmente, Clare não encontrou nenhuma boneca nas prateleiras das lojas que tivesse esta característica. Por este motivo, tomou a iniciativa de produzir bonecos e elfos que apresentassem aparelhos de surdez e outras deficiências como fenda palatina, bebês que fazem uso de tubos de alimentação, bombas de insulina, que fizeram cirurgias cardíacas, dentre outros.

Na época, a notícia se espalhou rapidamente na escola de Matilda, fazendo com que vários pais de crianças portadoras de deficiência ou doença rara procurassem Clare para encomendar brinquedos para seus filhos. Em pouco tempo, a ideia da montagem de bonecos personalizados de acordo com determinadas deficiências se tornou um grande sucesso, a tal ponto de ter vendido mais de dois mil bonecos somente no Reino Unido.


Desde 2017, a ativista tem se empenhado em inserir estas bonecas no mercado, vendendo também para escolas e instituições de ensino, na expectativa de um futuro próximo, encontrar seus produtos em qualquer loja de brinquedos. Na atualidade, ela comanda a organização sem fins lucrativos, Bright Ears UK.

Assim como ela, a artesã carioca, Cristiane Mendonça, de 41 anos, criou o projeto “Amigos da Inclusão”, em que se propõe, desde 2015, a criar bonecos de pano com deficiência para instigar as crianças a aceitarem melhor suas deformações/limitações e a se enxergarem como indivíduos merecedores de admiração, amor e respeito. Portanto, por meio deste projeto, Cristiane buscou inserir o tema da representatividade social, fazendo com que meninos e meninas portadores de alguma deficiência física ou mental possam se sentir modelos de inspiração e superação para si mesmos e para outros.

O sucesso do “Amigos da Inclusão” foi tão grande ao ponto de ter sido inserido em algumas escolas, que tiveram consciência da importância de se discutir sobre o tema no âmbito educacional, uma vez que a criança aprende de fato brincando e vivencia as relações sociais por meio das brincadeiras.

 Deste modo, as crianças aprenderão desde cedo a conviver com as diferenças, passando a enxergar o amigo ou colega de sala como um ser que possui determinadas limitações, mas que nem por isso deve ser inferiorizado ou tratado com indiferença pelas outras crianças que não possuem nenhum tipo de deficiência.

Para quem tiver interesse, vale a pena acessar o Facebook da artesã, intitulado Bottega das Artes ou o Instagram @bottegadasartes para comprar os bonecos de pano que apresentam as mais variadas deficiências, tais como, nanismo, albinismo, síndrome de down, vitiligo, perda auditiva ou visual, bonecas com muletas, cadeirantes, dentre outras.

O projeto “Amigos da Inclusão” apoia a ONG Saúde Criança Ilha, no Hospital Nossa Senhora do Loreto, localizado na Ilha do Governador (RJ), fazendo doações de bonecos de pano e revertendo parte das vendas das bonecas com fissura labiopalatina como meio de ajudar crianças portadoras desta deficiência e suas respectivas famílias a custear os tratamentos.

A marca britânica Makies também aderiu ao movimento de produzir brinquedos que assegurem a inclusão social de crianças portadoras de deficiência física ou mental, de maneira a suscitar o empoderamento delas, mostrando que não se resumem a deficiência que carregam. De que são pessoas especiais, não no sentido pejorativo, mas sim, no real conceito da palavra por serem indivíduos extraordinários, dotados de valores, histórias de superação e amor.

A renomada fabricante de brinquedos, a Matell, também inovou ao introduzir na linha Fashionistas de 2019, bonecas com deficiência, a exemplo da Barbie careca, com vitiligo, com prótese na perna e uma cadeirante. A mensagem por detrás da venda destes produtos é muito clara: a aceitação das pessoas portadoras de deficiência, de modo que sejam vistas pela sociedade como pessoas normais, competentes, produtivas e belas.

Ademais, a partir do momento em que outras crianças e adultos tiverem contato com brinquedos desta natureza, tendo os pais incentivando seus filhos a comprar bonecas portadoras de deficiência, eles terão mais consciência sobre a diversidade que os cerca e aceitarão com mais naturalidade, compaixão e empatia as diferenças que existem no mundo. Na visão de muitos, será um bom caminho para combater e minimizar o preconceito e a discriminação que muitas crianças portadoras de deficiência ou doença rara sofrem.   

Diga não ao preconceito!

 

Fontes: https://www.eusemfronteiras.com.br/marca-cria-bonecas-com-deficiencia-para-inclusao-social/

https://www.seaaccampinas.org.br/artesa-cria-bonecos-de-pano-que-retratam-inclusao-e-representatividade-de-crianca-com-deficiencia/

https://razoesparaacreditar.com/mae-cria-bonecos-inclusivos/

https://www.sonoticiaboa.com.br/2020/10/31/mae-cria-bonecos-inclusivos-ajudar-criancas-deficiencia/

https://www.hypeness.com.br/2020/11/mae-viraliza-com-bonecas-inclusivas-apos-nao-encontrar-diversidade-no-mercado/

https://exame.com/marketing/pessoa-com-deficiencia-negra-e-mais-diversidade-na-nova-linha-de-barbie/

 

Fotos: foto 1 e 2 - Reprodução/https://www.hypeness.com.br/

         foto 3 - Reprodução/https://www.seaaccampinas.org.b

         foto 4 - Reprodução/Instagram @bottegadasartes

         foto 5 - Reprodução/https://exame.com/


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