Imensidão


Estou impressionada com o movimento de pessoas em Dublin. As pessoas chegam como ondas, indo e vindo constantemente de um lugar para o outro. Ondas que mudam de rota em questão de minutos, segundos. À primeira vista, parecem estar perdidas sem controle sobre si mesmas, mas quando paramos para observá-las de perto, são grandiosas estrelas-guias.

Por meio delas, podemos perceber o mar e a sua imensidão. Como se fossem uma frequência, uma pulsação que emana vida. Os batimentos do próprio mar e em cada batida, uma vida que respira intensamente o ar que existe em cada fragmento de célula, átomo ou até mesmo um ínfimo elétron.

Do seu balanço, o ritmo que traz vitalidade, alegrias e paz interior. Ondas que dançam ao redor de um mar de gente. O importante é nos deixar levar pelas ondas que surgem pela beira do mar. Nos permitir sentir o seu gosto, o seu tato, a sua transparência e nos deixar ser tocados por elas. 

Descobrir os seus mais profundos segredos. É preciso navegar para conhecer. Desvendar os sete mares. Medo se faz essencial. Sem ele, não há o que arriscar, se aventurar, até mesmo em um romance. Por mais fortes e resistentes que sejam, no fundo, as ondas são frágeis e se quebram toda vez que se deparam com um muro. 

É preciso chegar de mansinho, sem muito barulho, para não assustá-las. Do contrário, as ondas mudam de rota e vão embora sem nem sequer olhar para trás. Sem nem sequer deixar um único vestígio.

Não há o que temer, pois depois da tormenta vem a calmaria. Deixe se envolver pelas águas do mar, e claro, pelas ondas que emergem levando a tristeza embora. Lavando nossas almas por completo. Nos trazendo lembranças que vem e vão. Mergulhe. Não esqueça de sorrir para elas.

Pessoas são como ondas... deixe as suas pegadas na areia.

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