O crime organizado por detrás do showbiz
Desde a prisão
preventiva do rapper, produtor musical e empresário norte-americano, Sean Combs,
em 16/09/2024, as mídias e redes sociais estão fervilhando com notícias e
especulações a respeito do escandaloso caso envolvendo o Diddy (um dos seus
nomes artísticos adotados na indústria da música). O cantor está sendo acusado
pela Procuradoria dos Estados Unidos, em nome do procurador do Distrito Sul de
Nova York, Damian Williams, pelos crimes de tráfico sexual, agressão física, estupro,
coerção, extorsão, entre outros. A defesa de Diddy propôs o pagamento de fiança
no valor de 50 milhões de dólares para que o réu respondesse o processo em
liberdade, contudo, o pedido foi negado pela Justiça. O juiz Andrew Carter Jr. entendeu
que ele representa uma forte ameaça às vítimas e risco à segurança da comunidade
local.
De acordo com Tony Buzbee,
advogado das 120 vítimas que denunciaram Diddy pelo crime de estupro, 25 pessoas
afirmaram ser de menor na época em que foram abusadas (uma tinha apenas nove
anos de idade). A maioria eram jovens que buscavam iniciar a carreira artística
e procuraram a gravadora de Diddy (um dos maiores magnatas do hip-hop), chamada
Bad Boy Records para tentar a sorte. Entretanto, ele se utilizava de sua forte influência,
prestígio e poder para abusar sexualmente deles. Alguns foram estuprados nos
estúdios de gravação, enquanto tantos outros foram violentados nas festas em
que o rapper dava durante os lançamentos de seus álbuns ou premiações.
O cantor é conhecido
por organizar festas de alto padrão para seus convidados do ramo musical e atores
de Hollywood, consideradas verdadeiras maratonas sexuais. Os famosos “freak
offs” são festas em que Diddy traficava pessoas e contratava profissionais
do sexo para praticar diversos crimes e orgias, drogando as vítimas e
mantendo-as em cárcere privado por alguns dias (tempo que a festa durava).
Segundo as investigações, as vítimas recebiam líquidos intravenosos para se
recuperarem do uso de drogas ilícitas (cocaína e ketamina), lícitas (bebidas
alcoólicas) e da exaustão física (muitas pessoas também sofriam severas agressões
físicas durante os atos sexuais – chutes, socos e até objetos arremessados
contra elas).
Após as ações de busca
e apreensão realizadas nas casas do rapper em Los Angeles e Miami, em março
deste ano, foram encontradas mais de mil garrafas de óleo de bebê, lubrificantes,
drogas e diversos suprimentos. Também foram encontradas armas e munição, incluindo
três fuzis AR-15 com os números de série apagados. Aparelhos eletrônicos de
Diddy foram apreendidos pela polícia federal quando estava embarcando no
aeroporto de Miami com destino às Bahamas. Entretanto, o conteúdo destes
equipamentos ainda não foi revelado. Porém, as denúncias afirmam que ele
filmava suas depravações de modo a chantagear as vítimas, comprando o silêncio
delas. Além de ameaçar destruir suas carreiras e reputações.
Vale frisar que Diddy
não agiu sozinho, ele contava com a ajuda de várias outras pessoas, desde
assistentes, supervisores, integrantes da equipe de segurança e sócios, para
encobrir os rastros perversos desta organização criminosa, razão pela qual os
EUA e o mundo inteiro estão em total alvoroço. Afinal, quais outras
celebridades da música e do cinema estarão envolvidas neste escândalo?
Nomes como Jay-Z, Will
Smith, Beyoncé, entre outros, já vieram à tona pela relação muito próxima com o
rapper. Até o presente momento, não passam de especulações. Entretanto, fontes
que não foram identificadas afirmaram que Jay-Z e Beyoncé já entraram em
contato com seus advogados. Ninguém, com exceção de Rihanna, se manifestou em
público a respeito do assunto. Na semana passada, quando um jornalista
perguntou se ela teve algum envolvimento com as festas de Diddy, a cantora deu
um sorriso e disse: - Isso é loucura.
O recente depoimento de
Tony Buzbee afirmando que diversas celebridades de quem todo mundo já ouviu
falar serão processadas pelo seu escritório de advocacia nas próximas semanas atiçou
ainda mais a curiosidade das pessoas. Inclusive, disse que deu a oportunidade
para que alguns famosos pagassem uma grande quantia para evitar um processo
público. Segundo Buzbee, algumas delas já acataram a proposta para manter a
ação em segredo de justiça. Revelou também que as empresas que facilitaram os
crimes serão reveladas ainda nesta semana.
Vale ressaltar que as
investigações policiais começaram um tempo depois que a ex-namorada de Diddy, a
cantora e modelo Cassandra Ventura, mais conhecida como Cassie, abriu um
processo civil contra ele, no ano passado. Ambos namoraram por dez anos num
relacionamento bem conturbado e Cassie alegou ter sido estuprada e que sofreu frequentes
agressões dele. Contudo, o caso foi encerrado um dia após o processo ter sido registrado em
Nova Iorque e ambos terem feito um acordo amigável que envolveu um imenso valor
monetário.
Para surpresa
inesperada do cantor, uma semana depois, outro processo foi aberto anonimamente
por uma mulher que o acusou de estupro. E desde então, diversas mulheres o
denunciaram e processaram pelos mesmos crimes (que datam desde 1991 até os dias
atuais). Isso só foi possível em razão do New York Adult Survivors Act, que
permitiu temporariamente que pessoas que disseram ter sofrido abuso sexual
apresentassem queixas, mesmo após o prazo de prescrição ter expirado.
Erica Wolff, a advogada
de defesa de Diddy, nega todas as acusações, alegando que elas são falsas e
difamatórias. O próprio rapper se diz inocente e que aguarda o momento certo para
falar a sua versão da história no Tribunal do Júri daqui a alguns meses. Ele
recorreu da decisão que negou a fiança e no momento, o réu encontra-se preso no
Centro de Detenção Metropolitana, no Brooklyn, em Nova Iorque. Se condenado,
Sean Diddy Combs pegará de 15 anos a prisão perpétua.
Foto: Pinterest
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