Refletindo o Direito
Recentemente, desde o início deste semestre para ser exata, tenho conversado com pessoas bastante queridas à respeito do meu conflito. Primeiramente, quero agradecer pela devida atenção que me deram e acima de tudo, pela paciência e carinho. Os conselhos tem sido muito reconfortantes para mim. Dessa última conversa que tive com um amigo, me senti um pouco mais aliviada e me fez perceber o quanto venho me focado nos meus problemas, me esquecendo das soluções que deveria tomar em relação à eles.
Acredito que a melhor maneira de amenizar a minha frustação e dúvidas, será tentar encontrar no Direito, fatores que seja compatíveis comigo. Jamais vou esquecer destas perguntas que meu aludido amigo me fez: Por que você optou pelo Direito? Quais são os seus objetivos? O que te dá prazer? Fiquei sem respostas... talvez, nunca me perguntei de fato.
Como não me questionei antes? Perguntas tão essenciais e elementares! Respondendo estas perguntas, talvez eu encontre alguma paz interior. Não que seja absoluto, mas pelo menos, terei a certeza de que tentei tudo que era possível. Por que o Direito?
Desde de criança, tenho a fixa lembrança de que sempre almejei a área de comunicação. Considero-a importante, uma vez que o ser humano, como ser socialmente falando, necessita da fala para se comunicar, expressar-se etc. Aliás, a comunicação é o que nos diferencia em parte dos outros seres vivos, já que a nossa capacidade em nos comunicar verbalmente uns com os outros representa o nosso raciocínio lógico e altamente evoluído. Por tais fatos, dentro outros, idealizei o curso de Jornalismo.
Já considerei outros cursos também, tais como publicidade, design, marketing (propaganda), relações internacionais etc. Todas focadas na área de comunicação. Em primeiro lugar estava o Jornalismo. Inclusive, quando prestei o meu primeiro vestibular, me inscrevi para o devido curso. Neste tempo, eu acreditava que sabia o que realmente queria: ser jornalista e nada mais importava para mim.
O tempo foi passando, passei no vestibular e cursei um semestre de Jornalismo na Unijorge. Parei por aqui. Não sei ao certo o que me fez desencantar com a profissão. Talvez tenha sido devido ao problema que minha mãe enfrentou no final de sua carreira com a sua difamação nos jornais e pela falta de respeito ao publicar notícias totalmente distorcidas. Tudo não passava de uma mentira. Isso me fez perceber que somos enganados todos os dias, a cada manchete e notícia publicada neste país e quem sabe, no mundo inteiro! Que repudia! Não queria fazer parte de algo tão inescrupuloso assim! Me iludi completamente ao idealizar a profissão perfeita, mas hoje, acredito que não exista. Nem mesmo o Direito. Falo no sentido de haver e talvez, sempre haverá, uma parte suja, escura, corrupta, simuladora que semeia o sistema que regula a todos nós. Percebi que não importa a profissão escolhida, você é o diferencial. Pois, de fato, o trabalho dignifica. Não a profissão em si, mas aquele que se utiliza da boa-fé para exercê-la.
Depois de muitas caminhadas e talvez, vários atalhos pecorridos, me encontro aqui, escrevendo para vocês, enquanto espero encontrar no Direito, aquele fascínio que senti, quando prestei o vestiblar de Direito na Ruy Barbosa. Nunca, na minha vida, pensei cursar Direito! Como vim parar aqui? O que me trouxe até aqui? Estou incrédula de como a vida nos prega peças. O que me espera?
Apesar das dúvidas que carrego atualmente, senti no Direito uma oportunidade de me fortalecer como pessoa. De poder mostrar o meu caráter, o meu valor. De crescer como uma cidadã mais instruída e mais consciente à respeito dos problemas do mundo. Problemas estes, que envolvem toda uma sociedade e que portanto, refletem em nossas vidas. Senti no Direito um poder de transformação muito grande. E, através dele, pensei em encontrar o real sentido de justiça, especialmente, para aqueles desprovidos de qualquer auxílio e compaixão. Que fascínio! Eu me senti grande por dentro. Principalmente, por acreditar que existem dispositivos legais que promovem o bem social.
O problema e, minha (nossa) maior preocupação, é o abuso de poder que certas pessoas utilizam do Direito para fazer o mal. Percebi que, assim como a vida, o Direito também é complexo. As pessoas são complexas. E por tal fato, o sistema é falho e o Direito também o é. Partindo dessa nova premissa, como devo prosseguir? Como voltar a acreditar? Não quero me iludir novamente.
Preciso mergulhar nesta reflexão de forma intensa para poder esclarecer o que não foi compreendido e o que precisa ser repensado. Preciso rever os meus valores, os meus sentimentos. As minhas incertezas não podem abalar as minhas opiniões e expectativas em relação a tudo o que eu construi até agora. E por mais pouco que tenha sido, para mim, significa tudo. Obrigada a todos que me proporcionaram esta relexão maravilhosa e me deram um pouco de luz.
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