Pantanal em chamas
As
queimadas que vêm ocorrendo de forma massiva em várias partes do Brasil,
especialmente na região centro-oeste do país (Mato Grosso e Mato Grosso do
Sul), estão preocupando não só as autoridades públicas das mais diversas
esferas, como também cidadãos desesperados e muito preocupados com a atual situação
climática e com a devastação ambiental de diversos biomas brasileiros decorrentes
dos incêndios. Algumas áreas poderão ter perdas irreversíveis.
O
Pantanal é um dos biomas que está mais sofrendo com a estiagem e o calor
excessivo (a Amazônia está em segundo lugar), registrando 3.538 focos de incêndio
desde janeiro até junho deste ano, somando 700.000 mil hectares de terras
queimadas, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A vegetação
seca é um potente combustível que anualmente contribui para o surgimento de
queimadas entre o fim de julho e o começo de agosto, momento mais
seco do inverno. Entretanto, os incêndios se anteciparam este ano. No total, foram 28.000 mil focos registrados no país (2,3 milhões de hectares), em 2024,
sendo 7,4 mil somente em Mato Grosso.
Contudo,
uma análise técnica feita pelo Laboratório Renata Libonati constatou que a
maior causa de queimadas que está consumindo o Pantanal em chamas é de origem
humana (de proprietários rurais ou de agentes que cometem incêndios criminosos).
Em
diversos vídeos publicados na internet e divulgados pela mídia nos deparamos
com imagens chocantes que assustam e entristecem qualquer ser humano que tenha
o mínimo de sensibilidade possível. A diversidade de cores da fauna, flora e a exuberância
de vida que antes existia deram espaço para um ambiente cinza, mórbido e
caótico. Na terra, ainda em brasa, e até em alguns resquícios de árvores, há
registros de animais que tentaram fugir do fogo e fatalmente não conseguiram. Muitos
morreram carbonizados, restando apenas a carcaça do que antes fora um belo
animal silvestre.
Macacos, aves, capivaras, javalis e até jacarés foram encontrados sem vida. A verdade é que milhões de espécies estão sofrendo com as queimadas e tendo que abandonar seu habitat natural. Vários bombeiros e equipes de resgate estão prestando serviço de prevenção e combate a incêndios, abandono de área e primeiros socorros a animais que se encontram feridos e desnorteados. Algumas onças-pintadas foram encontradas fracas e desnutridas pela impossibilidade de caçar. Além dos animais estarem debandando para outras regiões mais seguras, o que dificulta encontrar comida, as onças não conseguem se locomover em razão das patas estarem totalmente queimadas. Outras espécies de animais tanto de grande quanto de pequeno porte também se encontram nesta mesma degradante e dolorosa condição.
É
alarmante a situação do país que ultrapassou a quantidade de incêndios ocorridos
em 2020, que tinha registrado o pior 1º semestre da série histórica, com 2.534
focos de incêndio. Desde junho de 2024, o Brasil passou a liderar o ranking de
países com o maior número de queimadas da América Latina. Atualmente, o
enfrentamento aos incêndios no Pantanal conta com a atuação do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), Instituto Chico Mendes
de Consumação da Biodiversidade (Icmbio), militares das Forças Armadas, agentes
da Força Nacional de Segurança Pública, Corpo de Bombeiro Militar de MTS.
Foto:
Pinterest
Fontes:
https://forbes.com.br/forbesagro/2024/07/lygia-pimentel-a-questao-das-queimadas-no-pantanal/
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