Ditador Natalino – HO HO HO


 

Para quem não está a par do que aconteceu na semana passada, na Venezuela, o ditador Nicolás Maduro Garcia anunciou, na segunda-feira (02/09), de que o Natal será antecipado para o dia primeiro de outubro deste ano. Por incrível que pareça, esta não é a primeira vez em que Maduro se utiliza desta tática populista para acalmar os ânimos político-sociais no país. Nos últimos meses, a Venezuela atravessa uma fervorosa tensão política, principalmente após as eleições presidenciais ocorridas no dia 28 de julho de 2024, em meio à suposta vitória de Maduro com mais uma nova reeleição (seu terceiro mandato – O 1º mandato em 2013 e o 2º mandato em 2018).

A oposição, grande parte da população venezuelana e comunidade internacional põem em cheque a legitimidade da reeleição do ditador, pois acreditam que o verdadeiro vencedor da disputa foi o candidato Edmundo González Urrutia, líder do partido opositor de Maduro, a Mesa da Unidade Democrática (MUD). Atualmente, o ex-candidato presidencial venezuelano se encontra refugiado em Madri, na Espanha, onde recebeu asilo político, após solicitar à Suprema Corte da Venezuela por uma investigação das atas eleitorais e, com isso, sofrer ameaças de prisão e perseguição por parte do governo de Maduro.

A própria OEA (Organização dos Estados Americanos) reconhece a vitória de González, uma vez que o regime de Nicolás Maduro não apresentou nenhum relatório ou documentos oficiais que comprovem a sua vitória no resultado eleitoral. Segundo a própria entidade, a súbita saída de González do seu país de origem foi necessária para que não corresse o risco de se tornar mais um opositor político preso a sofrer possíveis torturas psicológicas e físicas.

Diferentemente dos demais países, o Brasil e a Colômbia se mantêm no muro, sem apresentar um posicionamento mais severo e contundente com relação às eleições venezuelanas. Apesar de não reconhecerem a vitória de Maduro, não criticam a forma como o ditador atuou no período eleitoral e, acima de tudo, também não reconhecem o governo de Maduro como um regime ditatorial. O que faz com que o atual governo brasileiro entre em contradição, pois toma atitudes neutras que vão de encontro com as diretrizes que a própria Constituição Brasileira (nossa Carta Magna) defende como, por exemplo, a democracia, a liberdade de expressão e os direitos humanos.

Como se não bastasse as ameaças feitas aos opositores políticos com o uso das Forças Militares, Nicolás Maduro ainda teve a audácia de invadir a embaixada argentina, que está sob a proteção do Brasil, com homens encapuzados e armados para prender os políticos asilados. Este plano teve o intuito exclusivo de pressionar González a abandonar o país, tendo no fim, total êxito.

Desta vez, Maduro ultrapassou diversos limites para se manter no poder a custo do sangue e do sofrimento do povo venezuelano que não aguenta mais viver na miséria e na pobreza. Mesmo que o Natal tenha sido antecipado, não há motivos para se comemorar e muito menos comida farta a ser servida a mesa. Esta medida de Nicolás Maduro não passa de uma piada de muito mau gosto, a velha política do Pão e Circo – utilizada desde o império romano para manter o controle sobre a população plebeia. Somente os cidadãos mais fanáticos para acreditar que um ditador ama de fato o seu povo. Ledo engano, ditadores só gostam do poder.

 

Imagem: Pinterest

Edição: Bruna Esteves

Fontes:

https://veja.abril.com.br/coluna/veja-gente/nicolas-maduro-altera-data-do-natal-na-venezuela-1o-de-outubro/mobile#google_vignette 

https://www.brasildefato.com.br/2024/08/14/realizacao-de-novas-eleicoes-na-venezuela-e-inviavel-dizem-analistas 

https://www.infomoney.com.br/mundo/cerco-a-embaixada-da-argentina-foi-plano-para-que-opositor-saisse-da-venezuela/amp/

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