Esperma de soldado israelense - Líquido precioso
Em tempos de guerra há perdas consideráveis de ambos os lados que se confrontam. Não só de soldados, mas também de civis inocentes que foram brutalmente assassinados em nome das crenças e objetivos políticos de determinados países ou grupos extremistas. No oriente médio, por exemplo, as divergências de pensamento político-religioso é o maior fator que corrobora para muitos países entrarem em constantes conflitos uns com os outros e disputarem por território.
O conflito entre a Palestina e Israel é antigo e já causou a morte de centenas de milhares de pessoas ao longo de décadas. Muitas famílias foram interrompidas e completamente devastadas com a perda de entes queridos. E para muitos, a dor do luto se torna insuportável a ponto de tomarem medidas consideradas incomuns e até mesmo imorais para uma parte da população, como é o caso da extração de espermatozoides de soldados mortos.
Contudo, antes mesmo desta atual guerra entre o grupo terrorista HAMAS e o governo israelita emergir, em outubro do ano passado, um projeto de lei já circulava no país desde setembro de 2022, com o intuito de permitir que os pais de combatentes de guerra mortos em ação pudessem solicitar a extração de espermatozoides de seus filhos para que pudessem tornar-se avós.
Tudo indica que já era possível a solicitação feita tão somente por viúvas, mas caso este projeto de lei seja aprovado, também permitirá que os pais possam efetuá-la sem muitas burocracias. Entretanto, o soldado terá que dizer, ainda no início do serviço militar obrigatório, que permitirá o uso de seu esperma à esposa ou aos pais, em caso de seu falecimento em combate. Recentemente, inclusive, o Ministério da Saúde de Israel dispensou a necessidade de uma ordem judicial para fazer tal solicitação.
Com o grande número de pessoas mortas neste atual confronto, muitas famílias, especialmente pais de filhos únicos, estão solicitando a extração dos espermatozoides de seus filhos para dar continuidade à linhagem da família – uma das principais leis judaicas de Israel.
Segundo Irit Oren Gunders, diretora de uma associação de apoio aos familiares de soldados falecidos, é uma obrigação moral do governo conceder este desejo, uma vez que estes jovens soldados deram suas vidas pelo país. As próprias Forças de Defesa de Israel têm tomado a iniciativa e contatado as famílias para oferecer o serviço de extração e perguntar se elas têm algum interesse. O procedimento envolve uma incisão no testículo, a partir da qual é removido um pequeno pedaço de tecido. Para aumentar as chances de êxito, esta extração deve ser feita em até 24 horas após a morte, embora as células possam sobreviver até 72 horas.
Cerca de 170 homens jovens, entre civis e soldados, tiveram seus espermatozoides extraídos, congelados e armazenados num banco de dados a espera de pretendentes judias que aceitem gerar estas futuras crianças. De acordo com o Ministério da Saúde, este número é quinze vezes maior do que nos anos anteriores.
No entanto, este fato tem gerado diversos dilemas éticos e religiosos, a começar pela violação da integridade do corpo, ferindo uma das leis judaicas que zela pelo sepultamento do corpo inteiro. Outra grande questão é a utilização de uma criança como um memorial de seu falecido pai. Afinal, várias crianças nascerão órfãs de pai, sendo que muitos não escolheram a mãe de seus futuros filhos. No caso de soldados que eram solteiros, por exemplo, as mães servirão apenas como uma barriga de aluguel ou poderão de fato exercer a maternidade? Como ficará esta situação?
Deste modo, há uma enorme divisão de pensamento no país com relação à extração de esperma de soldados mortos. Para aqueles que defendem este procedimento, justificam a violação do corpo humano (vilipendio de cadáver) em nome da continuidade da linhagem familiar por meio da reprodução, fundamental para manter as tradições e os bons costumes vivos. Inclusive, chegam a comparar a extração com a inseminação in vitro de mães solos que é algo já permitido em lei.
Foto: Pinterest
Fontes: https://www.metropoles.com/mundo/israel-esperma-soldados-mortos
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