A Cada Batida Do Coração
Estou à beira de um precipício, sinto que se eu der mais um passo, eu caio. Simplesmente, em um caminho sem volta. Mas, se eu recuar, sinto que continuarei sufocada em uma relação que me mata aos pouquinhos. E, na maior parte do tempo, a única vontade que tenho é de dar um pulo bem grande. Saltar para uma nova dimensão. Um novo começo.
O tempo vem desgastando algo que era tão genuíno e puro. Não suporto a ideia de ver um amor tão lindo assim, desaparecer subitamente. Encurralado nos próprios erros. Não há saída, a não ser pular do precipício.
Mas por que é tão difícil dar este passo? Toda vez que minha mente está decidida a agir, meu coração pulsa mais rápido e quando percebo, recuei mais do que deveria. Não queria que fosse assim. Gostaria que o meu amor estivesse em qualquer lugar, menos aqui. Como permiti que ele chegasse até aqui?
O medo se apodera de mim. Eu lutei tanto por este amor, embora, as vezes, parece mais fácil desistir... de tudo. Como deixei o amor se transformar tanto assim? Aonde estava com a cabeça?
Após uma longa trajetória de erros e acertos, conquistas e derrotas, ganhos e perdas, sinto que chegamos no limite. Não tenho mais força para lutar, apesar de me agarrar com todas as minhas crenças e fé ao pedacinho de decência que ainda resta. Estou sem ar, mas ainda continuo segurando.
Não quero e não posso permitir que os momentos ruins prevaleçam sobre os momentos bons. Contudo, não me recordo da última vez que sorri de verdade. Sem medo da tristeza bater no segundo seguinte. As lembranças e recordações do passado são preciosas demais para serem apagadas ou substituídas pelas atuais.
Oh meu amor, o que aconteceu com as nossas promessas? As brigas ficaram tão constantes, que até mesmo no silêncio, não conseguimos desfrutar da companhia um do outro. Só encontramos críticas e mais críticas. Não nos vemos mais com aquele brilho no olhar que fazia tudo parecer maravilhoso.
Sinto falta da inocência de um beijo roubado. Do carinho de suas mãos sobre o meu corpo. Da sua voz sussurrando gentilezas no meu ouvido. Do teu olhar me dizendo eu te amo e que tudo vai dar certo.
Estou à beira do precipício. Não consigo sair. E, você não está do meu lado para me consolar. Sua voz está tão distante que não consigo ouvi-la nem por pensamento. Sinto-me completamente sozinha e desamparada. Querendo pular e ao mesmo tempo, ficar no topo do precipício... admirando o que está a minha frente. Mas, insisto em olhar para trás uma vez mais. E lá está você. Uma sombra que me atormenta.
Eu ainda quero acreditar no nosso amor. Mas acredito que nós dois teremos que pular, fazer a travessia. Atravessamos ou caímos do precipício, não tem outra saída.
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