Precisa-se Buscar a Paz!
Mais uma vez, a greve
continua sendo a principal notícia dos jornais. Mesmo enfraquecida, ainda
persiste. Completando hoje, onze dias. Após a revelação das conversas gravadas
entre os líderes da greve pelo Jornal Nacional, a polícia perdeu totalmente a
credibilidade da população.
Outras questões políticas estão
envolvidas, além do intuito de provocar mais vandalismo sem
necessidade. Finalmente a PM foi desmascarada.
Através das escutas
telefônicas, o Governo também descobriu a tempo, que a Polícia Militar está incitando
outros policias do Rio de Janeiro a iniciarem uma paralisação. A presidente
Dilma Rousseff já tomou previdências em relação a isso. Em torno de quatorze
mil homens do exército estarão disponíveis para conter a situação em caso
da greve tomar proporções maiores.
Daciolo Bienvenuto
(do Corpo de Bombeiros) está preso por ser o responsável por esta
iniciativa. Caso for preciso, o estado do RJ requisitará a ação do BOPE para
prover a segurança da cidade.
Hoje, tive uma
conversa séria com uma amiga que está a favor da greve da PM. Confesso que
fiquei chocada. Apesar de não aceitar seus argumentos, irei respeitá-los. Cada
um tem que defender os seus pensamentos de acordo com seus valores e ponto de
vista. Como tinha escrito antes, os motivos que iniciaram a greve eram nobres,
mas se perderam quando atos de violência e vandalismo foram adicionados à
paralisação. O mundo não funciona assim, e não podemos permitir que seja.
A primeira pergunta
que ela me fez foi se a greve teria funcionado através de passeatas da Polícia
Militar e respectivos familiares... não pude responder. Apenas disse que
existiam outros meios de resolver o problema. E de repente, me veio à cabeça, a
imagem de um dos grandes pacifistas que a história já teve: Mahatma Gandhi. E
me pergunto: - Como ele conseguiu?
Por que o ser humano
sempre tem de usar da violência para solucionar os problemas do mundo e solucionar
seus próprios problemas? Como se a dor e sofrimento de alguns fossem maiores ou
superiores do que a de milhões de pessoas que passam por situações semelhantes
ou quem sabe, até piores.
O individualismo nos
torna seres altamente mesquinhos e insensíveis à dor alheia. Se todo
funcionário público apelasse para a greve da forma como foi gerada, não há
progresso. O sistema não anda para frente, pois tudo fica paralisado, inerte,
principalmente quando se trata da defesa dos direitos humanos. Ninguém
respeita a vida.
Não é restringindo a
liberdade de outrem, que conseguiremos a nossa liberdade e os nossos direitos.
Há uma limitação ética e moral que envolve todas as relações humanas. Esta greve
mostrou a todos nós, especialmente, ao Governo (Estadual/Federal), que toda
vida é interdependente da outra.
O desenvolvimento sociocultural
e econômico de cada indivíduo implica no desenvolvimento de um país como um
todo. Sem essa relação, não há humanidade que resolva os problemas da pobreza,
violência, desigualdade e guerra, seja de cunho religioso ou político.
O índice de 80% é o
valor estimado em relação aos prejuízos causados para a economia do estado,
que transformado em reais, nos deparamos com o valor alarmante de trezentos
milhões. Apenas os shoppings centers mantiveram a arrecadação de lucros
estabilizada. No âmbito da música, o valor está de trezentos mil reais,
em decorrência dos cancelamentos de diversos shows, mas tende a ser maior.
Se a greve se
estender por mais tempo, irá afetar o carnaval de Salvador e não
saberemos se os investimentos com a tão esperada festa darão retorno para
o país. Além dos fatores acima, a mais importante delas é a vida, principalmente,
daquelas que foram tiradas em vão. Mais de cento e cinquenta pessoas foram
assassinadas brutalmente durante os onze dias de greve. E pelo quê?
Aliás, existe um
motivo plausível para se matar alguém? Onde estava a polícia para exercer seu
papel na sociedade? Fomos abandonados e depois de tudo ainda querem que a gente
acredite na ação da polícia? Tão terrorista quanto vítima. Tão corrupta e
dissimulada quanto o Governo.
Os prejuízos serão
consertados com o tempo, mas e quanto às vítimas? Descartadas como se não
valessem nada. E realmente, não há valor que pague o preço de uma vida.
Infelizmente, elas jamais poderão ser resgatadas e as famílias terão que
conviver para sempre com as perdas que sofreram. E nós, conviveremos com a
lembrança do caos. Vítimas que sobreviveram ao vandalismo, terror e medo.
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