RS – Sobrevivendo a uma Tragédia sem Precedentes
Há
uma semana, a região sul do país vem sofrendo com as fortes e constantes chuvas
que ocasionaram enchentes em diversos municípios do estado do Rio Grande do Sul
(Arroio do Meio, Canela, Canoas, Caxias do Sul, Gramado, Guaíba, Pelotas,
Taquara, entre tantos outros), inclusive, na capital gaúcha. Contudo, no
último fim de semana, a situação tornou-se ainda mais crítica com o
transbordamento do Rio Gravataí que pertence à Região Hidrográfica do Guaíba — uma
área de 2.020 km quadrados — composto por mais três rios (Jacuí, Sinos e Caí) e
arroios situados às margens destes que fornecem água para o estado.
No
sábado (04/05), o Dique do Arroio Feijó, que se localiza próximo à Fiergs, em
Porto Alegre, também transbordou. Apesar de inicialmente terem pensando que a
barragem tinha se rompido, as autoridades locais já desmentiram este boato ao
verificar que, na verdade, houve a ultrapassagem de água da
barreira de contenção em razão da rápida elevação do nível da água por conta
das chuvas. Como consequência, a zona norte de Porto Alegre está totalmente
alagada. Em resumidas palavras, uma verdadeira catástrofe ambiental.
Este
desastre climático que está devastando o Rio Grande do Sul é realmente
estarrecedor e chocante. Um acontecimento nunca antes visto na história do povo
Rio-Grandense. O volume de água é sem precedentes e alguns rios podem aumentar
em cerca de 32 metros o seu volume natural. O Lago Guaíba, que bateu o recorde
histórico, tinha na tarde de segunda-feira (06/05), cinco metros (quatro metros
acima do volume considerado normal).
Até
agora são 417 municípios alagados, mais de 200.000 pessoas desalojadas e mais de 1.500.000 pessoas afetadas pelas enchentes. Sem esquecer de mencionar o número de
mortos, feridos (372) e desaparecidos (128) nesta lamentável tragédia. Homens, mulheres e
crianças que foram arrastadas pelas águas, totalizando 100 óbitos oficiais até o
presente momento. Infelizmente, tudo indica que este número aumentará.
O fato é que as perdas são imensuráveis.
Centenas de milhares de pessoas perderam tudo em questão de minutos. Ainda não
é o momento para adentrar no abalo econômico sofrido nas regiões afetadas pelas
águas, pois pior do que a perda material e financeira é a perda da própria
vida. A perda de familiares, pets e amigos queridos que se foram de maneira tão
trágica e abrupta. É um abalo emocional muito forte e doloroso, principalmente
pela forma como tudo aconteceu e continua acontecendo. Ainda mais que há
previsão de novas chuvas de até 15 milímetros e ventos acima de 80 quilômetros
por hora a partir desta quarta-feira. O tempo também esfriará.
As
imagens de corpos boiando na água ou de pessoas e animais nos telhados de suas
casas (ou do que restou delas) são desoladoras. Contudo, em meio a todo este
caos, é lindo testemunhar diversos civis cooperando uns com os outros e com as
autoridades locais para ajudar no resgate das vítimas das enchentes. Mesmo quem
não pode estar no front de salvamento dando assistência, está ajudando de
outras formas: doando dinheiro, mercadorias, remédios e alimentos que estão
sendo requisitados ou dando suporte emocional por meio de orações e
compartilhamento de informações importantes. Acima de tudo, confortando e dando
esperanças para as vítimas.
É
gratificante ver que, em momentos como esse, a união, a empatia, a
solidariedade e o amor ao próximo são maiores do que o medo, o desespero e
qualquer tipo de divergência entre as regiões do país. Diversos estados
enviaram profissionais que estão a serviço do estado do Rio Grande do Sul,
assim como inúmeros parlamentares, artistas, grandes empresários e esportistas de
todo o Brasil estão engajados nesta corrente do bem e dando o melhor que podem
para ajudar a amenizar a situação.
O
país inteiro (ou grande parte dele) está em estado de comoção. Segundo
a Rádio Agência, a conta do SOS Rio Grande do Sul já recebeu R$ 38 milhões de
doações via PIX para ajudar as vítimas das enchentes. Não que o dinheiro, em
si, seja o mais importante até mesmo porque as pessoas estão precisando
efetivamente de água, alimentos, roupas, gasolina para os barcos de salvamento,
etc.
Infelizmente,
este valor não é o suficiente para atender a demanda atual do estado. As
pessoas precisarão de muito mais para poder reconstruir suas vidas. Entretanto,
estas doações é a demonstração de que há unicidade num país tão plural e
dividido. Portanto, que o amor e a compaixão sejam sempre a melhor resposta
para tudo, principalmente numa tragédia humanitária como esta.
Milhares
de vidas foram salvas por diferentes grupos de resgaste seja por vias aéreas,
pluviais ou terrestres. Até mesmo diversos animais, entre cães, gatos, cavalos
e porcos, estão sendo resgatados. Afinal de contas, todo tipo de vida importa. Desde
o dia primeiro de maio, as equipes dos bombeiros militares de Santa Catarina,
por exemplo, já resgataram 2.071 pessoas e 284 animais. No total, já foram
salvas 35.000 pessoas e 4.500 animais. Que possam resgatar ainda mais! E que
jamais possamos perder a fé e a força para superar momentos difíceis. Deus
abençoe e proteja a todos.
Foto: Google
Fontes:
https://www.youtube.com/watch?v=KasT1hIkjQk
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cjljpe8gn88o
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