Encenação descarada


 

Na quarta-feira (04/12), um passageiro de transporte por aplicativo, chamado Carlos Vera Cruz, fingiu que estava sendo agredido pelo motorista. Carlos chegou a abrir a janela do carro para pedir socorro em razão de estar sendo supostamente agredido. No entanto, tudo não passou de uma grande encenação. Felizmente, a câmera interna do veículo mostrou a veracidade dos fatos, desmentindo a versão do passageiro. Contudo, após a viralização da filmagem nas redes sociais, Carlos se pronunciou dizendo que tinha sofrido a agressão antes e que foi por meio de racismo.

Segundo ele, o motorista se negou a alterar a rota da viagem sem que antes, o passageiro fizesse a solicitação por meio do aplicativo. Ao se negar a fazer tal solicitação, o motorista quis que ele se retirasse do veículo. Deste modo, Carlos alegou que esta atitude se deu pelo fato de ser negro.

Ora, em razão da imensa quantidade de motoristas de transporte por aplicativo que são roubados, agredidos fisicamente e até mortos por criminosos que se passam por passageiros, é mais do que plausível que qualquer motorista busque se proteger e se resguardar o máximo possível. Afinal, não é de hoje que nos deparamos com diversos casos violentos em que motoristas de Uber, por exemplo, são vítimas de esquemas de roubo, latrocínio e homicídio. Desta vez, também se tornaram vítimas de calúnia.

Já pensou se o motorista muda a rota, aproveitando o caso em questão, sendo direcionado para uma emboscada? Ou o passageiro alega de que estava sendo sequestrado, uma vez que o motorista foi por um caminho diferente? É tanta maldade acontecendo neste país (e no mundo de um modo geral) que fica difícil de confiar nas pessoas, tendo esta desconfiança uma via de mão dupla. Afinal de contas, não há como deixar de mencionar a quantidade de mulheres que são sexualmente assediadas, drogadas e estupradas por uma parcela de motoristas destes aplicativos.

Por estas razões, a implementação do sistema de câmera interna nos veículos foi a solução mais eficiente para impedir ou amenizar a ocorrência de tais crimes. No caso em análise, também evidenciar quem foi a verdadeira vítima do delito. E por mais que o Carlos Cruz insista em dizer que ele é a vítima da história, contra fatos não há argumentos. Além do mais, como acreditar na palavra de um homem que foi capaz de encenar um crime que não aconteceu, apenas para prejudicar um homem trabalhador? Diga-se de passagem, um homem que se manteve calmo, apesar do teatro encenado pelo passageiro.

E aqui fica uma reflexão importante para a sociedade: quantas pessoas de má-fé não se utilizam da sua cor para imputar o crime de racismo em quem não praticou nenhum crime? Contudo, só pelo fato da pessoa ser negra, deduz-se de que é vítima de racismo pelo fato de sua palavra prevalecer sobre os demais cidadãos. É mais do que evidente a existência do racismo estrutural no Brasil, porém, este caso é um alerta para a sociedade perceber de que muitos se aproveitam do sistema para prejudicar outros, imputando-lhes um crime que não aconteceu. Não tenho dúvidas de que se o carro daquele motorista não tivesse câmera, a esta altura, estaria respondendo por um crime inafiançável e tendo a sociedade, em peso, torcendo pela sua condenação.

 

Foto: Pinterest


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