Novo ICMS assusta grandes empreendedores

 


Desde o dia sete de fevereiro deste ano, o Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aumentou de 19% para 20,5%, em razão do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), ter sancionado a Lei nº 14.629/2023 que aumenta em 1,5 pontos percentual a alíquota modal deste imposto. Além desta mudança, a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) também fez reajustes em dois decretos que concediam benefícios a delicatessens, padarias, restaurantes e pizzarias.

Deste modo, produtos de mercearia, laticínios, congelados, frios e fatiados, especialmente os importados, que antes possuíam o benefício fiscal de redução do ICMS em 4%, agora sofrerão um aumento substancial do imposto a partir deste mês. Esta modificação, inclusive, ampliou para 27% a tributação de bebidas alcoólicas como whiskies e vinhos, tanto nacionais quanto internacionais - exceto cervejas, para meio alívio/desespero de muitos brasileiros - já que a taxa da cerveja aumentará para o ICMS padrão de 20,5%.

Segundo a Sefaz, esta medida foi tomada para promover a “isonomia tributária”, assim como a concorrência leal no mercado baiano, uma vez que supermercados, padarias e restaurantes de médio e pequeno porte estariam sendo prejudicados com a concorrência desleal de grandes e renomadas empresas do ramo alimentício que pagavam a mesma taxa de imposto. Vale ressaltar que estes ajustes não se aplicam ao micro e pequeno empreendedor, uma vez que os benefícios do Simples Nacional são mais vantajosos.

O Almacen Pepe, delicatessen voltada para o público de classe média alta, em Salvador, foi uma das primeiras a se pronunciar publicamente contra este aumento absurdo e criticou o fim da isenção fiscal. Tudo isso irá repercutir de forma negativa nos preços dos produtos vendidos nos estabelecimentos, encarecendo-os vertiginosamente e fazendo com que o consumidor final arque com o acréscimo na carga tributária. O que já estava caro ficará ainda mais.

Em contrapartida, a Associação Baiana de Supermercados (Abase), juntamente com a Sefaz, informou que o benefício da alíquota reduzida de 4% se mantém para as delicatessens. Contudo, apenas aos produtos produzidos exclusivamente dentro dos estabelecimentos e não todo e qualquer produto industrial comercializado. Ou seja, somente alimentos de fabricação própria como, por exemplo, a panificação.

Ao aplicar estas drásticas medidas tributárias no combate à concorrência desleal, como afirma o governo do estado, a população baiana vai ter que arcar com o aumento exorbitante dos valores de vários produtos. Neste ritmo, as saidinhas de fim de semana para comer num restaurante bacana ou comprinhas despretensiosas na mercearia ou padaria para preparar aquela mesa farta do café se tornarão um luxo (na verdade, já são há muito tempo) que nem mesmo a classe média poderá bancar.

O jeito será ficar em casa, assistindo Netflix e aprendendo várias receitas práticas de bolo e pão para preparar no âmbito do lar. Nem pedir comida pelo Ifood será uma opção viável, ainda mais se o governo federal conseguir aumentar a taxa dos übers. E o contribuinte que já está cansado de trabalhar só para ter que pagar impostos, vai ter que engolir este desaforo a seco ou somente à base de água (que ainda não está tão cara nos mercadinhos da esquina).

 

Foto: Pinterest

Fontes: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2024/04/03/governo-da-bahia-anuncia-aumento-no-icms-de-produtos-de-mercearia-laticinios-congelados-frios-e-fatiados.ghtml

https://www.correio24horas.com.br/minha-bahia/governo-aumenta-impostos--e-precos-de-alimentos-e-bebidas-vao-subir-na-bahia-0424

https://www.bahianoticias.com.br/noticia/290827-nao-houve-aumento-de-tributacao-diz-abase-sobre-alteracao-em-icms-na-bahia

https://www.jota.info/opiniao-e-analise/colunas/coluna-do-tracking/bahia-aumenta-aliquota-modal-do-icms-pela-segunda-vez-14112023

https://simtax.com.br/tabela-de-icms-bahia-atualizada/

https://panoramadabahia.com.br/sefaz-do-estado-esclarece-ajustes-no-beneficio-fiscal-para-delicatessens/


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