O pedido do Presidente

 



Eu simplesmente não entendo o porquê das pessoas interpretarem como ato antidemocrático o pedido por mais transparência nas eleições 2022 do Presidente Jair Bolsonaro. Como se no Brasil não existisse corrupção, extorsão, fraudes e ilicitudes de todos os tipos em todos os setores do Poder Público e privado. De que só um partido político é honesto e idôneo enquanto todos os outros são corruptos e não prestam? De que um único homem é responsável por toda a desgraça deste país, enquanto os demais são verdadeiros santos e homens de moral inquestionável?

Infelizmente, ainda há pessoas que acreditam nessas “verdades absolutas”, não importa se são eleitores bolsonaristas, de esquerda ou centrão, o fanatismo político cega qualquer um. E o pior tipo de cego é aquele que não quer ver, por mais que tenha a capacidade de enxergar o que está nas entrelinhas.

Ora, sejamos cidadãos mais sensatos! A corrupção está entranhada na história do nosso país desde o seu surgimento. Não é agora que vão afirmar com toda a certeza do mundo de que as urnas eletrônicas são totalmente confiáveis. Na minha humilde opinião, nunca foram. E acredito que muitos brasileiros, assim como eu, pensam da mesma forma.

Muitos afirmam que Bolsonaro suscitou este ato antidemocrático, embora, este pensamento já exista antes mesmo dele ter sido eleito presidente. Aliás, muito antes disso. Eu pelo menos, quando obtive discernimento sobre certos aspectos da vida, passei a me questionar e acredito que tenho o total direito de questionar um sistema que me obriga a votar, mas que não me traz segurança. Isso me torna uma golpista ou antidemocrata? Sou apenas uma cidadã brasileira exercendo o meu direito.

Por acaso, a nossa tecnologia é melhor, mais eficaz e mais segura do que a de todos os outros países a ponto de ser totalmente imune a fraudes e intervenções de “hackers”? Será mesmo que o sistema eleitoral brasileiro possui toda esta blindagem contra possíveis fraudes? Claro que não! Não sejamos ingênuos, pois esta possibilidade é concreta até mesmo porque o sistema é controlado por homens que possuem interesses, especialmente políticos.

Vale lembrar que o atual presidente do TSE, o ministro Edson Fachin, já se posicionou publicamente contra o presidente Bolsonaro ao demonstrar atitudes que desmoralizam o atual governo, a exemplo de: 1) Proferir palestras em universidades estrangeiras maldizendo o Presidente da República e o próprio país; 2) Se reunir com embaixadores (para criticar Bolsonaro), sendo que este ato é privativo do Chefe do Executivo Federal.

Outra questão relevante e que muitos brasileiros não se questionam, é o fato de praticamente todos os ministros do STF atuarem em peso contra o atual governo, exercendo atos que não são de competência do Poder Judiciário e desrespeitando o liame entre os três poderes: 1) Usurpando poderes do Presidente da República; 2) Usurpando poderes do Congresso Nacional. Em síntese, estão atuando com arbitrariedade como se fossem verdadeiros deuses incontestes e donos do Brasil, agindo em defesa dos cidadãos como se fossem representantes do povo brasileiro. Como assim, se eu não elegi nenhum ministro do STF?

Não sei quanto a você, caro leitor, mas definitivamente eles não me representam. Acredito que esteja mais do que na hora do povo questionar os atos destes ministros, que pensam poder agir da maneira que quiserem sem sofrer as consequências. Se ao menos, as pessoas tirassem o foco do presidente, poderiam enxergar o que outras autoridades públicas estão fazendo de errado.

Deixem o fanatismo de lado. Vamos buscar entender o contexto da política brasileira atual, para que não nos tornemos meros marionetes nas mãos de políticos corruptos, agentes inescrupulosos e da mídia que se vendeu para propagar “Fake News” e desinformação.

O toma lá da cá nas mídias sociais e nos noticiários só aumenta o abismo que se criou entre eleitores de partidos opostos, que não se respeitam e se agridem mútua e constantemente. Parece ser o que eles querem: população confusa, fragmentada, apática e irracional. Em um país cujos políticos vendem até a alma para angariar votos, até onde o poder de persuasão, status social e dinheiro são capazes de facilitar a obtenção do que desejam?

Recentemente, uma conferência de porte internacional foi divulgada na internet com data prevista para meados de novembro deste ano, em Nova York (EUA). O patrocinador? A empresa LIDE que pertence ao mesmo grupo do ex-governador de São Paulo, João Dória. Os palestrantes? Quatro ministros do STF (vamos dar nome aos bois: Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Dias Tofolli e Gilmar Mendes) e ex-ministros dos governos Dilma e Lula, dentre outros. O tema da conferência? “A Economia do Brasil Com o Novo Governo”. Quanta coincidência, né?

Eu não sei se estas pessoas possuem bola de cristal ou algum poder sobrenatural de premonição, mas a meu ver, deram a entender que Bolsonaro não ganhará as eleições já que se trata de um novo governo. E diante deste fato notório, eu me pergunto: Bolsonaro tem razão ou não em exigir mais transparências nas eleições? Pois já tem pessoas adiantando os resultados das eleições de forma escancarada e descarada.

Contudo, não se trata do presidente não ter tido dúvidas quanto às urnas nas eleições anteriores. As dúvidas suscitadas recentemente, creio eu, dizem respeito ao contexto geopolítico e econômico atual por serem diferentes do anterior. Não só do Brasil, mas da América Latina. Muita coisa está em jogo e quanto maior a aposta, mais loucuras as pessoas irão fazer para ganhar a disputa, inclusive fraudar as eleições. Se antes o opositor era pequeno, hoje, o opositor já fez parte da quadrilha do Mensalão e da Lavajato. O que esperar de um candidato à presidência com este histórico?

Em um ano eleitoral tão decisivo, nos deparamos com certas figuras icônicas disputando as eleições: de um lado um louco, tosco e prepotente. Do outro lado, um ladrão, dissimulado e mentiroso. Quem ganhará? Esta é a pergunta de milhões e que está mexendo com os nervos de muita gente. A disputa está tensa e acirrada entre ambos, mas a corda bamba sempre vai estourar nas mãos dos brasileiros, ou melhor, na ponta dos dedos.

De uma coisa eu tenho certeza: nós, cidadãos brasileiros, devemos exigir por mais transparência nas eleições! Até porque seremos as pessoas mais afetadas pelos resultados dela. E concordo com a frase de Bolsonaro quando diz: - “Não tenho medo de perder as eleições numa democracia. Mas de perder a democracia numa eleição”.


Foto: Reprodução/ Zé Dassilva


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